"Está tudo bem, mas falta qualquer coisa...". O desconforto da zona confortável

Há um tipo de desconforto que não costuma ser levado a sério. É aquele que aparece quando a vida até está a correr “bem”, mas tu sentes um vazio.

“Tenho um bom emprego. Sou reconhecido. Recebo bem. Mas… falta qualquer coisa.”

Parece que estás a reclamar de barriga cheia. E por isso ficas calado. Ou então tentas convencer-te de que isso vai passar, que é só uma fase, que devias estar grato.

Mas não passa. Porque essa inquietação não é um erro. É um sinal.

Estamos habituados a medir a vida pelo que está fora: contratos, objetivos, estatutos. Mas o verdadeiro bem-estar nasce de dentro.
E quando a tua realidade externa não está alinhada com o teu sentido interno de propósito, mesmo a “vida perfeita” se torna desconfortável.

Esse desconforto subtil é uma bússola emocional. Não vem com grandes alertas, mas insiste. Aparece ao domingo à noite, quando sentes aquele aperto no estômago. Aparece quando começas a contar os dias para o fim de semana... na segunda-feira.

E o problema não está em ti. O problema está em acharmos que conforto é igual a realização. Que estabilidade é sinónimo de sentido.

Nem sempre é. Às vezes, a vida mais estável é também a que mais te aprisiona.

O que fazer com isto? O primeiro passo não é mudar de emprego, ou mudar tudo de uma vez.
É começar por ouvir essa voz. Parar para perceber:
👉 O que é que em mim já está pronto para um novo passo?
👉 O que é que já não encaixa, mesmo que eu ainda não saiba o que encaixa melhor?

O desconforto da zona confortável pode ser, na verdade, o maior presente que a vida te dá: o empurrão que faltava para te reinventares.
Vamos a isso?

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